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Cachorro 2.0

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Jorge era uma pessoa excêntrica, e todos concordariam com isso. Todos também concordariam que Jorge era um brilhante engenheiro, capaz de criar as mais inventivas soluções sempre que surgia um problema. Ele tinha construído sua própria casa e seu próprio carro, ambos altamente tecnológicos. Pegar uma carona ou fazer uma visita ao Jorge era como entrar em uma máquina do tempo e dar um grande salto rumo ao futuro. Sua casa tinha entrada com reconhecimento facial, com possibilidade de cadastrar a família e amigos. Tinha um sistema de autorrenovação e, bastava apertar um botão para que tudo estivesse limpo e arrumado, como novo. Aliás, o sistema de autoavaliação constante exibia em que parte da estrutura poderia haver algum problema para então, o sistema de auto manutenção solucionar tudo sem demora. E tudo isso, em uma construção altamente sustentável que funcionava com energias renováveis. Claro que o carro do Jorge seguia seus mesmos princípios, era rápido, seguro e sustentável. Ele nun...

Ligação

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- Alô. - Alô, Alfredo! Finalmente atendeu, hein? - Desculpa, você ligou errado. - Como assim? Não é o Alfredo? - Não sou não. - Mas eu tenho certeza que o número era esse, digitei devagar e ainda revisei antes de ligar. - Olha, não queria te contar, mas te deram o telefone errado. - Absurdo! Já liguei nesse número zilhões de vezes... Tem certeza de que você não é o Alfredo? - Claro que tenho certeza, cara. - Certeza meeeesmo? Sua voz parece a do Alfredo quando tava com gripe. Para de brincadeira, Alfredo. - Claro que eu tenho certeza. Eu sei quem eu sou! - Mesmo? Se eu fosse você, eu iria checar os seus documentos. - Eu não sei onde estão os meus documentos. - Viu só? Atrapalhado que nem o Alfredo! - Nossa, talvez eu seja o Alfredo. De qualquer jeito, para quê você ligou? - Porque me falaram que você estava com problema de memória, e eu tenho uma médica muito boa para te indicar. - Ótimo, parece que eu estou precisando mesmo. Qual é o nome dela? - Hum... Não lembro. Quando lembrar te l...

Estranho encanto

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Era mais um dia normal na vida de uma pequena fada. Mais uma vez ela saiu por aí para ajudar todo mundo que precisasse na floresta. Primeiro, encontrou uma raposa entalada em um buraco que ela mesma havia criado para caçar um rato do campo. Em um giro na varinha e um toque de mágica, a raposa estava fora do buraco, pronta para a próxima caça. Foi preciso andar mais um pouco até encontrar mais uma criatura com problemas. Dessa vez, um pássaro que tinha feito seu ninho com restos de nozes e sempre tinha sua construção destruída por esquilos famintos. Em um giro de varinha e um toque de mágica, a própria árvore se transformou em uma nogueira, com nozes suficientes para o ninho do pássaro e a fome dos esquilos. Usar a magia pelo bem dos outros era a sua maior satisfação. E naquele dia em especial, a fada estava empolgada. Queria ajudar o máximo que pudesse e por isso, acabou chegando em uma parte estranha da floresta. Havia um clima um pouco sinistro no local e ela percebeu que poucos anim...

O invasor

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Em mais uma noite de lua nova, ele está pronto para agir. Em um local afastado da cidade e protegido pela escuridão, ele sabe que escolheu um bom momento. Como sempre planejou tudo meticulosamente e sabe que a família daquela casa enorme saiu de férias. Não haviam empregados também. Os moradores tinham boas condições, mas não eram tão ricos assim. O que importava é que ali tinha tudo o que ele procurava em todas as casas que invadia. E já tinham sido centenas delas. Pular o muro não foi nenhuma tarefa difícil. Não tinha cerca elétrica, nem cachorros ou nenhuma forma de grande obstáculo. Nem o próprio muro era muito alto. O desafio estaria lá dentro, ele sabia disso. Sem se demorar, ele se dirigiu a uma janela nos fundos que estava meio quebrada. Estava pronto para entrar na casa. Foi quando ouviu um apito. Certamente, era o vigia do condomínio que passava de tempos em tempos. Para um invasor experiente como ele, aquilo não era uma ameaça. O vigia passou e ele pulou a janela facilmente....

Mercado de pulgas

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Tem gente que pensa que mercado de pulgas é um lugar para vender pulgas, o que é um absurdo. Quem compraria uma pulga? Qual utilidade teria? Aliás, seria algo muito errado. Neste mercado de pulgas da nossa história, como todos os outros, uma grande variedade de itens estão à venda. Utensílios básicos, artefatos raros, roupas de segunda mão, comidas e bebidas, tudo o que você precisar, você encontra lá. E às vezes nem é preciso ter dinheiro porque acontecem por lá diversos tipos de negociação. É possível trocar mercadorias por outras mercadorias, ou até mesmo por alguns tipos de serviços, entre eles, o mais comum é o aluguel de lotes em cachorros de diversas raças. Aliás esse local é muito conhecido por todos da espécie e fica bem na cabeça de um lindo Golden Retriever. Tem gente que pensa que mercado de pulgas é um lugar para vender pulgas, o que é um absurdo.

Plantação de dinheiro

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É comum as pessoas dizerem (muitas vezes pais e mães) que dinheiro não nasce em árvore. E isso foi verdade por muito tempo e continua sendo na maioria dos lugares. Menos em um país, muito, muito distante onde um grande cientista resolveu desafiar as leis da natureza e os provérbios populares. Dr. Geld era um engenheiro químico e botânico que certo dia, imaginou que pela primeira vez poderia unir suas duas especialidades e criar uma fonte de renda orgânica. E depois de anos de estudo sigiloso, finalmente conseguiu criar uma árvore de dinheiro no seu quintal. A empolgação com o seu sucesso foi gigante e ele logo se imaginou na capa de todos os jornais e dando entrevistas em famosos podcasts. Mas logo depois, pensou que isso poderia ser perigoso. Alguém poderia roubar sua árvore, ou até mesmo, se o governo descobrisse poderia confiscar o seu trabalho. É, o jeito seria fazer como todo novo rico e gastar seu dinheiro indiscriminadamente. Foi assim que começou a vida de ostentação de Dr. Gel...

O maior torcedor de futebol

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Desde que nasceu, ele adorava futebol. Inclusive, nasceu num dia de final de Copa do Mundo e seu primeiro choro aconteceu no exato momento em que a seleção do seu país perdia um pênalti. Seus pais já sabiam que ele seria uma pessoa especial. Na infância, já demonstrava sinais de fanatismo pelo esporte. Sua primeira palavra foi o nome do seu time e poucos meses depois, aprendeu a pedir para os pais para o levarem para assistir a um jogo ao vivo. Quando estava no estádio sua performance era incrível. Sabia todos os gritos da torcida e inclusive, criava alguns que contagiavam quem estava em volta e, em pouco tempo se tornavam os novos hits das partidas. A escola também foi peculiar para ele. Na hora da educação física, em vez de jogar, ele queria só torcer pelos seus amigos. Insistiu tanto e cumpria tão bem o papel que os professores resolveram que estava tudo bem. Porque com a empolgação que era empregada na sua arte de torcer, ele acabava praticando mais exercícios físicos que muitos do...