O invasor


Em mais uma noite de lua nova, ele está pronto para agir. Em um local afastado da cidade e protegido pela escuridão, ele sabe que escolheu um bom momento. Como sempre planejou tudo meticulosamente e sabe que a família daquela casa enorme saiu de férias.

Não haviam empregados também. Os moradores tinham boas condições, mas não eram tão ricos assim. O que importava é que ali tinha tudo o que ele procurava em todas as casas que invadia. E já tinham sido centenas delas.

Pular o muro não foi nenhuma tarefa difícil. Não tinha cerca elétrica, nem cachorros ou nenhuma forma de grande obstáculo. Nem o próprio muro era muito alto. O desafio estaria lá dentro, ele sabia disso. Sem se demorar, ele se dirigiu a uma janela nos fundos que estava meio quebrada.

Estava pronto para entrar na casa. Foi quando ouviu um apito. Certamente, era o vigia do condomínio que passava de tempos em tempos. Para um invasor experiente como ele, aquilo não era uma ameaça. O vigia passou e ele pulou a janela facilmente.

Finalmente, estava dentro de uma das salas de estar da construção. O lugar tinha muitos objetos e a camada de pó denunciava que ninguém entrava naquele cômodo há anos. É, aquilo realmente daria trabalho. Ainda bem que havia trazido suas ferramentas especiais.

Mesmo com toda sua habilidade, demorou horas para vasculhar cada um dos 32 cômodos. Por fim, ele limpou a casa. Literalmente, e saiu com sua vassoura, rodo, panos e aspirador de volta para a rua. Não podia suportar que alguém conseguisse viver num lugar tão sujo. Sua missão ali estava completa, mas havia ainda muitas casas na cidade que precisavam de um invasor.


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